quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

CONHEÇA A HISTÓRIA DO INSTITUTO PAZ NO TRÂNSITO


                                   A direita da foto senhora Christiane Presidenta do Instituto Paz no Trânsito

 A ONG nasce do movimento popular “190 km/h é Crime” e luta por bandeiras consideradas prioritárias para a redução das mortes nas ruas e estradas brasileiras.
 

“Queremos ser um porta-voz das famílias vítimas do trânsito para exigir do poder público respostas rápidas, concretas e eficazes para os graves problemas existentes no trânsito do nosso país. Não podemos ficar de braços cruzados, apenas chorando por nossos entes queridos que morreram em acidentes”, destaca a presidente do Instituto, Christiane Yared. 
Na madrugada do dia 7 de maio de 2009, Carlos Murilo de Almeida e Gilmar Rafael Yared, filho de Gilmar e Christiane, morreram num violento acidente de trânsito provocado pelo ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, que dirigia alcoolizado e em alta velocidade. A partir do acidente, surgiu o movimento “190 km/h é Crime”, que ganhou projeção nacional, mobilizando militantes em vários estados brasileiros.  
Em pouco mais de um ano, o movimento alcançou a marca de 500 mil adesivos de automóvel distribuídos voluntariamente e já foi assunto de mais de 19 milhões de pesquisas pelo site de buscas Google.

Algumas semanas após o acidente, Christiane, que é pastora evangélica, começou a ser procurada por outras mães que também perderam seus filhos de forma violenta e buscavam orientações e consolo. A partir daí, começou a se reunir semanalmente com representantes de seus filhos de forma violenta e buscavam orientações e consolo. A partir daí, começou a se reunir semanalmente com representantes de 130 pessoas.  
“Transformamos nossa dor em instrumento de ajuda para outras pessoas e constatamos que as famílias vítimas dos acidentes de trânsito recebem menos apoio no Brasil que os criminosos que matam no trânsito”, afirma Christiane. A presidente do Instituto Paz no Trânsito lembra que as famílias dos presidiários recebem uma bolsa de auxílio e os próprios presidiários recebem orientação psicológica, atendimento médico e formação profissional.  
E as famílias que ficam totalmente desestruturadas com a perda violenta de um pai ou um filho ficam à mercê da ajuda de amigos e outros familiares”, relata.  

Para reverter essa realidade, o Instituto Paz no Trânsito luta por um programa de orientação às famílias vítimas de acidentes de trânsito. Além disso, a entidade defende o agravamento das penas para os crimes de trânsito com vítimas fatais.“Especialmente nos casos em que os motoristas estiverem sob o efeito de álcool ou outras substâncias químicas. Quem dirige alcoolizado sabe dos riscos aos quais está se submetendo. Então, se provoca algum acidente com vítima fatal, agiu dolosamente. Hoje, essa situação é qualificada apenas como crime culposo, o que minimiza a culpa e a pena do infrator. Nesse caso, a legislação protege a quem mata e não à vítima”, reclama Christiane. Além disso, o Instituto Paz no Trânsito também quer mobilizar os setores público e privado para que haja mais fiscalização nas ruas e estradas brasileiras e mais educação para o trânsito nas escolas e universidades do país. “Precisamos criar uma nova consciência coletiva e um novo comportamento cultural entre motoristas e pedestres. Isso só se faz com educação permanente em todos os níveis de ensino. E enquanto não criamos uma nova cultura de trânsito no Brasil, temos que ter muita fiscalização e punição exemplar”, defende a presidente do Instituto.  

O Instituto Paz no Trânsito pretende atuar em todas essas áreas por meio de parcerias com empresas, instituições de ensino, governos e outras organizações não-governamentais.“Como ainda não temos recursos financeiros próprios para a realização de projetos que ajudem a transformar o trânsito brasileiro, trabalhamos de forma 100% voluntária e temos conseguido a adesão de muitas empresas e profissionais de diferentes áreas. Isso revela a urgência do tema na pauta nacional”, salienta Christiane. Entre as lideranças paranaenses que fazem parte do Instituto estão o coronel Gilberto Foltran, ex-comandante geral da Polícia Militar do Paraná, e o deputado federal Marcelo Almeida, ex-diretor geral do Departamento de Trânsito do Paraná. 

O Instituto já está trabalhando no desenvolvimento de projetos especiais de Educação para o Trânsito e Responsabilidade Social, que serão executados em parceria com entidades setoriais, como a Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização), Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Além disso, o Instituto oferece palestras de conscientização para a mudança da cultura comportamental no trânsito, ministradas por Christiane Yared e Marcelo Almeida, e curso de reciclagem para motoristas de transporte escolar, com foco na segurança dos passageiros. “Vamos também mobilizar empresas e criar projetos por demanda. A empresa que quiser desenvolver um projeto de Responsabilidade Social tendo como foco a Segurança no Trânsito pode nos procurar. Já reunimos uma equipe multidisciplinar de voluntários que está apta a atender essas demandas para catalisar mais força da sociedade civil em torno da paz no trânsito”, destaca Christiane.
 
Para se ter idéia dessa urgência, a presidente do Instituto lembra que a cada 22 minutos morre uma pessoa no trânsito do Brasil, que ocupa o terceiro lugar no ranking de causa mortis no país. Colisões, atropelamentos e outras formas de violência acontecem a cada 57 segundos nas ruas e estradas brasileiras. “Além das sequelas físicas, esses acidentes resultam em traumas psicológicos, dramas judiciais e desestabilização das famílias”, completa Christiane.

Fonte: Instituto Paz no Trânsito

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